COMUNHÃO INFORMAL COM O EZRAS
Cuiabá-MT 11/06/2016
Sábado de manhã
"Temos tido muita comunhão, e estamos muito preocupados com a condição das nossas igrejas.
Porque não conseguimos crescer?
Pastores tem sido incluídos em nosso meio e tem nos exposto muito, pois eles afirmam que a nossa palavra é muito boa, mas somos vulneráveis em vários pontos.
Qual a nossa maior dificuldade? LIDERANÇA.
Ainda estamos presos ao modelo de Anahein - EUA. Muitos vícios estão impregnados em nós. Não sabemos focar nas pessoas.
Somos líderes isolados, não sabemos nos identificar com os problemas das pessoas. Muitas vezes pelo fato de sermos irmãos normais, com famílias normais (esposos e filhos saudaveis), sem problemas financeiros graves, a nossa postura e mensagens nas igrejas são alienadas e muito duras, distantes da realidade dos irmãos.
Porque Deus se tornou homem? Exatamente para poder sofrer e sentir as fraquezas humanas e poder assim nos salvar. Não conseguimos gerar empatia nas pessoas!
Também falta em nós a paixão pelo evangelho. Temos um falar muito frio e distante.
W. Nee escreveu um livro chamado: O Espirito do Evangelho, que inicialmente se chamava o que ouvimos e falamos. Este livro trata desta necessidade que temos de identificar as necessidades das pessoas e ministrar para elas o que elas precisam.
O Senhor Jesus exerceu este ministerio. Ele conseguia identificar o que cada pessoa necessitava e ministrava cura para elas. Por um lado ele ensinava as verdades (tinha conteúdo), e isto também não pode faltar, por isto temos que investir na leitura de livros, alem do falar atual do irmão Dong, buscar os clássicos cristãos do irmão Lee e Nee.
O nosso falar precisa ser como um remédio para sarar a alma das pessoas.
Também a nossa ministração precisa dar enfase na santidade e santificação, frente a iniquidade do mundo.
Temos mais facilidade em trabalhar as verdades do evangelho do reino, mas para nós ainda é muito dificil ministrar cura para as pessoas. Por isto começamos a prática de orar no final das reuniões, inclusive por aqueles que pedirem oração, e não simplesmente terminar a reunião com avisos.
Como está a nossa condição nas igrejas em relação aos 05 ministérios? Qual a nossa nota?
- Apóstolos (talvez 8,0)
- Profetas (talvez 8,0)
- Mestres (talvez 8,0)
- Evangelistas (talvez 8,0)
- Pastores (?????)
Recentemente saiu uma noticia de uma ovelha que se perdeu na Nova Zelandia. Ela se perdeu do rebalho e ficou superpeluda. Quando foi achada, foi então tosquiada e deu cerca de 28 Kg de lan.
O que significa isto? Precisamos aliviar os irmãos, tirar o peso deles, para que eles possam andar. As pessoas estão cheias de conflitos e angústias (problemas e situações antigas), e precisam ser aliviadas. Nn 27:12
Esta é uma grande necessidade nossa. Moisés não estava preocupado aqui com a posição dele, nem ficou magoado pelo fato de não poder entrar em Canaã, mas estava desesperado em que se levantasse um homem que fosse pastor das pessoas. Mt 9:39
Ser pastor aqui é uma experiência profunda, envolve entranháveis afetos de amor e misericórdia. Precisamos ganhar O SENTIMENTO DE UM PASTOR.
Outro item importante da nossa liderança está em fazer o SWOT (pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças) para avaliar a nossa situação atual. Precisamos entender porque não conseguimos crescer?
NOSSOS PONTOS FORTES:
- Visão da igreja
- Comissão de Deus (a economia de Deus - o evangelho do reino)
- Verdades
- Liberdade do Espirito
- Espirito de irmandade
NOSSOS PONTOS FRACOS:
- Defendemos a verdade acima das pessoas (exemplo: por muito tempo nós não aceitavamos que ninguém nos chamasse de pastores). Alguns tem até um lema para defender a verdade: "eu prefiro ofender as pessoas do que a Deus".
- Amamos mais a obra (o fazer) do que as pessoas. Somos muito duros e agressivos em falar dos itens da obra.
- Não sabemos promover as mudanças no mover do Senhor. Existe uma linha de educação e sensibilização na igreja que precisamos seguir ao fazer as transicoes dos itens do mover do Senhor. Não podemos empurrar a obra "goela abaixo" sobre os irmãos.
- Temos a tendência de rotular os irmãos. Exemplo: quem não tem Bookafe está fora do mover do Senhor ou não vai reinar.
- A nossa liturgia. Precisamos nos preocupar com todos os irmãos, inclusive com os novos e os visitantes. Ex: se falamos termos ou verdades difíceis devemos em seguida explica-los para que todos entendam. Tem coisas básicas: chegar mais cedo nas reuniões, uma boa recepção, a condução das reuniões, dentre outros itens.
A impressão que nós passamos para os irmãos com o nosso falar, muitas vezes, é de que na igreja só tem lugar para os fortes. Precisamos também rever isto, a ideia que precisamos passar é de que somos um time, onde todos são importantes na suas funções e características. Nem todos devem falar, ou fazer isto ou aquilo na igreja.
Lc 7:22-23/ 4:18
O ministerio do Senhor é para estes: os fracos. O nosso encargo deve ser: FAZER DOS FRACOS FORTES. Devemos valorizar os crentes domingueiros e dar uma palavra que possa levanta-los. A igreja está cheia de cegos, oprimidos, coxos e doentes.
Também precisamos desenvolver uma humanidade elevada no trato com as pessoas. Ainda temos uma a ideia de sermos superespirituais, e muitas vezes nos tornamos alienados para o nosso próximo
.
Outra grande dificuldade nossa está na falta de unanimidade e coesão: falta de tolerância e amizade entre os lideres. Os líderes precisam se convidar mutuamente para jantar na casa uns dos outros ou outras atividades Precisamos trabalhar a unidade da diversidade, valorizando a característica de cada um. Isto também envolve administração, pois precisamos distribuir as responsabilidades e atribuições entre nós (cooperadores e presbiteros), e assim cada item da obra ou da igreja deve ter alguém respondendo e cuidando, com o respeito, aval e consideração de todos.
Também precisamos introduzir os jovens nos serviços e na administração da igreja, pois isto é pensar na sucessão. Os mais antigos devem ficar na supervisão, aproveitando a vitalidade dos mais novos na condução dos serviços. É como um modelo empresarial, se não for trabalhado com muita precisão a inclusão de novos líderes, estaremos fadados a falência.
Estes jovens, no entanto, precisam ser ajudados, porque eles ainda não possuem os princípios da obra do Senhor, que os mais experientes já adquiriram e precisam aplicar pontualmente.
Também precisamos eliminar toda insatisfação e ambição do coração dos que estão a frente e dos que estão sendo incluídos, para que não ocorra dano.
Outro item é o excesso de informalidade em nosso meio. Este fator tem nos levado muitas vezes para uma grande desorganização e bagunça. Precisamos dar mais peso ao serviço da igreja: formalizar as funções dos responsaveis pelo serviço, cuidar das vestimentas, da pontualidade, etc.
Rm 12:4-8
Também precisamos melhorar a nossa comunicação, cuidar da nossa linguagem, do uso do tempo, e até da linguagem ou expressão corporal.
Precisamos ter uma preocupação também em diversificar melhor as nossas reuniões. Estamos muito estratificados, e fazemos reuniões muito gerais para todo mundo.
ESCOLA DOMINICAL
Podemos fazer como alguns grupos cristãos fazem: algumas reuniões eles fazem uma abertura para todos e depois se multiplicam por classes de pessoas (crianças, adolescentes, jovens, varões, irmãs), depois retornam e concluem. Ou seja, muitas ideias podem ser desenvolvidas para tornar as nossas reuniões mais eficazes.
Por fim, ainda precisamos dar ênfase na multiplicação de lideranças. Porque muitas igrejas não crescem? Porque a liderança que está ali só tem capacidade de cuidar daquele grupo que está ali.
Para que haja crescimento é crucial a produção de novos líderes (este é o segredo do movimento cristão celular). Precisamos ser os mentores para fomentar a produção de lideranças positivas nas igrejas.
As reuniões de diaconato precisam ser levadas a sério, e devemos criar um modelo mais criterioso e rigoroso.
Complementando, praticar todos estes itens não significa que iremos implantar um modelo empresarial para a igreja. Alguns irmãos podem ser tentados a fazer isto, principalmente alguns que possuem boa capacidade administrativa.
Acima de tudo precisamos lidar espiritualmente com a igreja e a obra do Senhor.
Uma igreja precisa ter um certo organograma para nos estruturar, mas isto não pode nos engessar ou nos tornar lentos. Na hora da execução precisamos funcionar como uma rede, que é uma espécie de teia, onde todos estão interligados e reagem simultaneamente. Também aquelas igrejas que ainda não estão incluindo as irmãs nos serviços, e até nas reuniões de diaconato, precisam rever isto.